PROXECTO EPÍSTOLA

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TEMÁTICA: poesía

[xénero literario]
Epístolas
8
Data Relación Remitente - Destinatario Orixe Destino [ O. ] [ T. ]
Data Relación Remitente - Destinatario Orixe Destino [ O. ] [ T. ]
1960-10-18
Carta de Rodrigues Lapa a Ramón Piñeiro, 1960
Orixinal
1963-08-02
Carta de Carlos Casares a Ramón Piñeiro, 1963
Orixinal
1965-03-18
Carta de Rodrigues Lapa a Ramón Piñeiro, 1965
Orixinal
1965-06-03
Carta de Rodrigues Lapa a Ramón Piñeiro, 1965
Orixinal
1967-10-20
Carta de Guilherme Almeida a Paz Andrade. 1967
São Paulo
Orixinal Transcrición

Transcripción da epistola Carta de Guilherme Almeida a Paz Andrade. 1967 en 20/10/1967

São Paulo, 20 de outubro de 1967

Caríssimo amigo Valentín:

Perdoe-me a demora na resposta à sua generosa carta de 1º de setembro. É que diversos impecilhos (uma terrível gripe foi o principal) não me permitiram lucidez bastante para apreciação do seu magnífico livro. Devorei-o com gula. Um García Lorca atualizado? Não sei. Sua poesia é sua mesmo: é a que eu escreveria se fosse o poeta e o galeciano puro que é você.
Tal livro não precisa de «Prefácio». Mas como não saberia eu nunca deixar de servir a você, imaginei essa carta, que é sincera, sentida ao longo da leitura da sua «Eira dos sonos». Se você julgar que ela merece aparecer à entrada do seu livro, será uma glorificação que lhe ficarei devendo. Vai ela em papel meu, pessoal, de sorte que, gravada em fotocópia, suponho que seria menos desinteressante.
Diga-me qualquer coisa a respeito. Suas órdens me serão sempre bemvindas.
Muito seu, de espírito e coração.



Guilherme




São Paulo, 20 de outubro de 1967


Valentín, meu Poeta:


A órdem que você me dá de prefaciar o seu esplendido Eira dos Sonos é a única que não a deveria dar você, nem a poderia eu obedecer. Por que? Sua poesia é sangue: nosso sangue, um mesmo sangue, da matricial Galiza aos filiais Portugal e Brasil ritmadamente fluido. Sínto-a em mim, palpitante mas intangível, assim como ao infante não seria possível tomar êle próprio o pulso ao seu cordão umbelical.
Foi daquêle meu Vigo de 1933 –de onde vi você trovar e vi Colmeiro lavrar- que me veio a veia alimentícia dêsse sangue: dêsse Vigo onde teve a sua côrte Dom Denis, Rei Trovador e Rei Lavrador. E, pois, terra de trovas e lavras, é a Galiza, assim, uma autenticidade histórica: êsse «matriarcado, arquivo da essência de uma raça», que marca, fundo, da primeira á última página, todo este seu lúcido livro, Valentín: êsse livro que é seu e é meu também, muito de meu sangue também. Deixe-me...
... deixe-me que lhe conte, amigo. Faz trinta e quatro anos que, estando eu em Santiago de Compostela, visitando a Catedral, aí descobri, na Capela do Santíssimo, creio eu, um vitral ofertado por uma dama cujo nome de família era «Andrade». Ora, eu também sou Andrade, do lado materno: descendente de um daquêles cinco cavaleiros que passaram à Espanha, à guerra dos Mouros, com o conde Dom Mendo, e foi seu solar a Vila de Andrade, no Reino da Galiza.
Somos irmãos, Paz-Andrade. Sou, portanto, suspeito para dizer desta sua forte, livre, lúcida, sadia, pura, bela poesia, na qual escuto, com você, «os querendosos chamamentos do lar»; beijo a paterna mão do lavrador cujos «dedos» abrem como cinco chaves as entranhas da terra desde Adão»; escuto também o plim-plim das «vozes unissílabas da pedra» que o canteiro juntou «ao pentagrama mágico do Mundo»; acompanho, na fimbria marítima, «a fenda que vai no céu abrindo o cutelo do lôna dos veleiros»; saudei os «bem-chegados ao porto, marinheiros, a cavalo nas ondas», sob o tutelar tatalar do «verde vento pela leira e vento azul pelo mar, panos da nossa bandeira»...
Valentín Paz-Andrade: Aqui tem você, nesta carta, o meu comovido «ex-voto» pela graça que recebo da sua milagrosa Poesia.



Guilherme

1968-10-19
Carta de Rodrigues Lapa a Ramón Piñeiro, 1968
Orixinal
1974-12-08
Carta de Paulo Ronai a Paz Andrade. 1974
Rio de Janeiro
Orixinal Transcrición

Transcripción da epistola Carta de Paulo Ronai a Paz Andrade. 1974 en 08/12/1974

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 1974



Caro Amigo Valentín Paz-Andrade,

Acabo de receber a sua gentil e valiosa remessa.
Ao percorrer maravilhado os poemas de Sementeira do vento, tive a revelação visual de um poeta autêntico e de uma nova língua, que me deu o desejo de um dia ouvir os seus versos ditos pela sua voz.
Obrigado também pelo seu estudo La Anunciación de Valle-Inclán e pelo exemplar de Tirano Banderas, que serão leituras minhas nas próximas férias de verão.
Queira aceitar, com minhas melhores lembranças, meus votos cordiais de feliz Natal e Ano Bom, extensivos aos que lhe são caros.


Paulo Rónai

1976-07-07
Carta de Martínez López a Paz Andrade. 1976
Santiago de Compostela
Orixinal Transcrición

Transcripción da epistola Carta de Martínez López a Paz Andrade. 1976 en 07/07/1976

Santiago de Compostela, 7 de Santiago de 1976


Sr. D. Valentín Paz-Andrade


Meu querido Valentín:

O teu poema fixo o miragre de facerme vivir con agudo dramatismo aqueles días da miña fuxida que ti evocas e nos que tivestes tanta parte, valor e xenerosidade. Si, lémbrome ben, faleiche «polo aramio» dende a casa do finado Trabazo. De seguida te decatastes da gravedade do meu caso. Non fixen mais que darte o meu nome: Moncho. Dempois no teu despacho acima do Derby o encargo ao alcalde, a viaxe, o encontro cos falanxistas que voltaban de Valladolide de asistir aos funerales de Onésimo Redondo, e o paso do río pola tardiña –vai fazer pronto 40 anos- e finalmente a salvación.
Mais o teu poema non é somentes dramaticamente preciso senón de requintado valor artístico e de ritmo amplo e clásicamente «novo». Deus cho pague! Deixareillo á miña filla coa meia ducia mais de documentos referentes á miña vida. Sabela fíxomo ler tres vegadas e eu non sei cantas o leín. Se me perdoas empregarei o teu verso e decirche que eu non serei para ti, para o que fixeches por min e para o teu estupendo poema –cando publicas o libro?- como o «río... unha vida que corre sen memoria».
Apertas fondas do teu irmán

Moncho