Carta de Besouchet a Seoane. 1971
14/07/1971
Madrid, em 14 de Julho 1971
Querida Maruxa:
Esta é para mandar um abraço a você e a Seoane, abraço ultra-agradecido por terem-nos proporcionado uma visão mais poética do que podíamos pensar ver em Galícia. Estamos vendo daqui aquêle rio que não sabemos o nome, aquêla ponte fantástica armada entre duas margens estreitas. Aquêle monastério abandonado, aquêla menina que não queria dar queijo nem marmelada; a cidade de Betanzos e o túmulo dos Andrade que apenas entrevimos... Tudo foi perfeito aí. –Fomos naturalmente a Conimbriga, mas cremos que ele não valeu a “zorza” que comemos... Pelo menos é esta a opinião de Newton–. Estamos mandando a correspondência para os Dieste porque afinal não trouxemos o endereço dêles. E por falar em Dieste, peço que você peça a Carmen que me mande o discurso do Dieste que ela me prometeu. Tenho necessidade de lê-lo. –Peço também a você que me reserve uma daquelas xilogravuras do Seoane e que não estavam ainda distribuídas na praça: Gostaria que fosse aquela entre violeta e verde. Creio que êle sabe qual é–. Esperamos vê-los aqui se antes não pudermos voltar ai. Estou cheia de trabalho. Vamos a ver. O melhor é vocês virem até aqui, mesmo sem rios pequenos, pontes misteriosas e conventos abandonados. Nossa galeguinha continua firme cozinhando, o que me dá bastante tranquilidade para escrever.
Com um abraço muito saudoso em você todos; continuo pensando o que diriam Baudi e Varela e Cuadrado se nos vissem juntos.
Sua velha amiga
Lídia